Wagyu pode ter 220% de valorização na arroba por conta do marmoreio da carne
Saiba mais sobre a raça wagyu criada no País na entrevista com a médica veterinária Iris Santana, técnica da Associação Brasileira de Criadores de Bovinos das Raças Wagyu (ABCBRW)
PUBLICADO EM 12/12/2022 ÀS 12H00 POR FÁBIO MOITINHO – ATUALIZADO EM 12/12/2022 ÀS 12H38
Sabia que o bovino da raça Wagyu pode ter 220% de valorização na arroba por conta do marmoreio da carne? Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes dessa história.
O Giro do Boi conversou nesta segunda-feira, 12, com a médica veterinária Iris Santana, técnica da Associação Brasileira de Criadores de Bovinos das Raças Wagyu (ABCBRW).
Um dos trabalhos que tem de ser feito entre os criadores da raça Wagyu é desmistificar que o bovino possui uma das carnes mais caras do mundo, segundo a especialista.
Ela deu alguns detalhes sobre a raça japonesa que está ganhando cada vez mais espaço nas fazendas de pecuária do Brasil.
Apesar de o bovino ter cortes valoriosos como o contra-filé, demais cortes do bovino podem ser facilmente encontrados por cerca de R$ 60 por quilo. Cortes de dianteiro do animal são bons inclusive para churrascos.
Marmoreio inacreditável do gado Wagyu
O gado é um dos mais valorizados na pecuária de corte por conta de sua capacidade de render índices de marmoreio mais elevados entre as raças de bovinos do mundo.
O marmoreio é a gordura entremeada no músculo do animal. Ele que é o grande responsável pela maciez da carne.
O bovino chega até o nível de marmoreio 12 em fazendas no Japão. Segundo Santana, algumas fazendas do Brasil já conseguem atingir esse feito.
O gado da raça japonesa Wagyu pode dar 220% de valorização da arroba caso o pecuarista consiga um dos mais altos índices de marmoreio da carne.
As raças Wagyu
Na realidade o nome Wagyu não representa só uma raça, mas um conjunto de raças que se desenvolveram no Japão.
A palavra ‘Wagyu’ quer dizer, literalmente, gado do Japão e atualmente são quatro raças que formam o “gado do Japão”.
- Japanese Black (Kuroge Washu), mais conhecida como Wagyu Kuroge (Preto)
- Japanese Brown (Akage Washu-Akaushi), mais conhecido como Wagyu Akaushi (Marrom)
- Japanese Polled (Mukaku Washu) mais conhecido como Wagyu Mukaku (Mocho)
- e Japanese Shorthorn (Nihon Tankaku Washu) mais conhecido como Wagyu Tankaku (Chifre curto).
Os mais comuns no Brasil são o Wagyu Kuroge e o Wagyu Akaushi.
A criação do taurino japonês no Brasil
Atualmente são cerca de 50 pecuaristas com bovinos registrados no País e um rebanho puro que chega a 10 mil animais registrados.
Há criatórios da raça nos Estados da Região Sul e Sudeste, assim como no Centro-Oeste e até no Nordeste.
“Com água fresca, um bom pasto e sombreamento no pasto, as matrizes Wagyu podem ser devidamente bem tratadas”, diz Santana.
A entrada no Wagyu no Brasil
O primeiro casal de bovinos da raça japonesa foi comprado pelo empresário japonês Sadao Iizaki, que é um dos líderes da empresa aqui no Brasil.
“O sr. Sadao Iizaki trouxe o gado justamente para poder saborear, aqui no Brasil, a carne que ele já tinha costume de comer em seu país de origem, o Japão”, diz Santana.
Foi a partir deste momento que a raça vem ganhando projeção no País e uma das raças de bovinos de referência para produção de carne premium e de qualidade.
Assista ao vídeo acima e confira outros detalhes sobre a criação da raça e como ela pode valorizar a pecuária brasileira.
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